Ministério da Saúde dá mais um passo na autonomia nacional na produção de vacinas
Parceria com a Embrapii movimenta 450 milhões reais destinados a pesquisas na área da saúde, produção de equipamentos e medicamentos para o povo
Por Vinicius Amaral e Luiza Borgli
Imagem Elder Oliveira
O Brasil deu mais um passo importante na autonomia nacional. Na última sexta-feira (25/07), durante o evento “Saúde Estratégica Brasil – Américas”, realizado pela Organização Pan-Americana de Saúde no Centro Cultural Fiesp, localizado na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, os Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Governo Federal, anunciaram um Centro de Competência com foco em RNA Mensageiro.
A iniciativa, não só conta com alta tecnologia para a produção de vacinas, como também integra um pacote de ações voltadas à soberania científica do país, para as quais foram destinados R$ 450 milhões. De acordo com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é essencial que a saúde seja produzida pelo povo para o povo, para evitar risco a segurança e interferências externas.
” Toda vez que você garante que você vai produzir um medicamento aqui no Brasil, que você vai incorporar uma tecnologia aqui no Brasil, que você vai poder inovar na produção de medicamento aqui no Brasil, você garante mais segurança para o povo brasileiro. Porque esse medicamento vai chegar no SUS ou nas farmácias privadas, nos hospitais privados, sem ameaça de alteração cambial quando se sobe o dólar, sobe o preço do medicamento, se tem alguma alteração sem ameaças de conflitos bélicos e de situações como pandemia. Então você dá segurança para o povo brasileiro ter acesso a esse medicamento, além de gerar emprego, renda e tecnologia aqui no Brasil.”
O Centro de Competências será responsável por esta produção nacional e executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e pretende não só ser um núcleo na produção tecnológica de saúde, mas também em seu desenvolvimento.
A da proposta de ser referência na elaboração de RNA sintético, que estimula o corpo a produzir proteínas dos vírus, incentivando a resposta imunológica, não é o único objetivo do espaço. O centro também deseja fomentar a pesquisa e a inovação, realizando parcerias com empresas universidades e ICTs nacionais e internacionais, que terão até o dia 26 de agosto para submeter suas propostas.
Segundo o presidente da Embrapii, doutor Álvaro Prata, o desenvolvimento e qualificação de profissionais da área e parcerias com órgãos governamentais é essencial para a produção de projetos de saúde mais concretos e coesos para o Brasil.
” Quando nós lançamos programas como esse, desafios como esse, quando nós credenciamos novas unidades da saúde, através de iniciativas envolvendo o Ministério da Saúde, por exemplo, como fizemos hoje, o que nós estamos falando fazendo é fomentando para que essas políticas governamentais possam ser absorvidas pela indústria e com isso levar para a população projetos de saúde muito é, concretos. 12% dos projetos da Embrapi estão associados à área da saúde. É a segunda área que mais contrata projeto. A Embrapi é muito transversal. Nós estamos falando de mais de 400 projetos, mais de 345 empresas desenvolvendo projetos tecnológicos associado a demandas e isso vai para o mercado, sobretudo para atender a população.”
Além disso, para fortalecer o SUS, o ministro Alexandre Padilha, anunciou a criação de seis unidades da Embrapii em áreas estratégicas, para fortalecer as regiões do país com biofármacos, dispositivos médicos e saúde digital.
Dentre os principais objetivos das ações voltadas à soberania científica do país, estão o aumento da produção nacional de tecnologias em saúde, o fortalecimento da capacidade nacional em pesquisa clínica, e a ampliação de oferta de terapias avançadas e produtos para o SUS, um dos principais centros de atendimento público do Brasil.